Na recente Cimeira entre a União Europeia e os EUA, efetuada em finais de março, foi decidido intensificar as negociações para o Acordo de Parceria Transatlântica em matéria de Comércio e de Investimento. A esta decisão não foi estranha a crise geopolítica da Crimeia e a atual relação conturbada com a Rússia. Para além das motivações puramente económicas, parece haver uma estratégia de usar o comércio como um factor de reforço da ligação transatlântica. Em termos económicos e comerciais, a expectativa é que o acordo possa gerar ganhos de ambos os lados do Atlântico, não tanto pela redução de direitos aduaneiros, que já são em média relativamente baixos, mas pela harmonização de regras ligadas ao comércio. Há, obviamente, também receios e críticas de ambos os lados. Do lado europeu, receia-se, sobretudo, o seu impacto negativo na proteção laboral e no ambiente e que as grandes multinacionais sejam as principais beneficiárias do mesmo. Pode ser vista aqui uma parte da conferência de imprensa do Presidente dos EUA, Barack Obama, onde são abordadas algumas destas preocupações sobre o previsível impacto do acordo comercial.