• Terça-feira , 19 Março 2024

E-Commerce: A guerra dos gigantes está no seu auge

E-commerce. Fonte da imagem: Wikipedia

Podemos afirmar que o e-commerce entrou na nossa vida e o futuro de retalho físico está a ser questionado diariamente pelos gigantes mundiais.

Se por um lado temos a Amazon a abrir lojas de experiência nos Estados Unidos, temos por outro lado, grandes pesos pesados do retalho, como por exemplo a Target, a fechar lojas físicas que são pouco rentáveis.

O E-commerce traz uma série de desafios ao comércio internacional, dado que temos empresas a quebrar a tradicionais regras dos modelos académicos de internacionalização e começam a pensar desde o primeiro dia o mercado mundial como um todo (Born global).

Abaixo alguns dados recentes dos grandes operadores mundiais de e-commerce e retalho tradicional:

Fonte: Supply Chain Digest

Podemos constatar que os grandes operadores de E-commerce estão a fazer crescer o seu volume de vendas de uma forma muito rápida e ameaçam tornar-se a curto prazo os líderes de vendas de retalho a nível mundial.

No quadro abaixo podemos analisar a evolução de vendas de E-commerce no mercado mais maduro do mundo, os Estados Unidos:

Fonte: Supply Chain Digest

Em dez anos (2004-2017), o peso do E-commerce nas vendas totais do retalho aumentou 10.10%, enquanto que a taxa de crescimento anual composta do maior retalhista do mundo, Walmart, aumentou no mesmo período 2.43% conforme podemos verificar abaixo: 

Fonte: Supply Chain Digest

No entanto este novo eldorado do retalho, com resultados muito interessantes para os investidores em termos de crescimento de vendas apresenta muitos pontos de interrogação.

A pressão dos custos de transporte, a pressão no elevado custo de encomenda, a problemática da fraude nos pagamentos, a problemática da taxa elevada de devoluções estão a colocar algumas nuvens negras a pairar sobre estes modelos de negócio baseados em tecnologia web.

Comecemos por analisar os lucros do gigante de E-commerce Amazon e percebemos que apesar de apresentar resultados positivos em 2016 e 2017, precedidos de três anos de lucro incipiente ou prejuízo, os lucros destes dois últimos anos apenas representam 1.7% das vendas totais da empresa.

Este resultado é muito pouco prometedor e não cala os críticos do E-commerce.  

Fonte: Supply Chain Digest

No lado otimista da historia, temos o crescimento exponencial das vendas das plataformas de E-commerce na China (Alibaba, JD.com) e no Japão (Rakuten) que ajudam a colocar mais questões na problemática acima.

Atente-se no quadro abaixo, onde podemos ver a evolução de vendas da Alibaba no Singles Day (11 de novembro), que podemos comparar com pico de vendas nos Estados Unidos e na Europa, a Black Friday: 

Fonte: Supply Chain Digest

Constatamos que este modelo de negócio que veio para ficar, está a moldar a nossa vida.

Os principais pilares deste novo mundo de retalho são o desenvolvimento tecnológico como grande motor de soluções de interação com o retalhista, os transportadores oferecendo mais comodidade nas soluções de entrega e o sector financeiro a desenvolver mecanismos de pagamento mais eficazes.

Norberto Bessa, docente do ISCET na Licenciatura em Comércio Internacional / Branch Manager North na Olicargo | SGM Logistics Group

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